Assédio Sexual em congregações portuguesas
Testemunhas perderam o medo após 18meses de humilhações e o encolher de ombros dos líderes. Os membros denunciam assédio sexual a jovens e mulheres
Jacinto Velhote
Um membro das Testemunhas de Jeová denunciou comportamentos ilícitos de vários responsáveis do Corpo de Anciãos desta associação religiosa ao 24horas. “Assédio sexual a jovens e mulheres, difamação, insultos e tentativa de agressão” são os factos revelados por publicadores da congregação da Corujeira, no Porto. O membro da associação, que prefere manter o anonimato, só avançou para os jornais depois de constatar que Betel, a mais alta instância das Testemunhas de Jeová, em Portugal, ignorou “as inúmeras queixas e não expulsou os prevaricadores”.
“É inadmissível o que se passa na congregação da Corujeira. Ano e meio a viver este terror e Betel, em vez de os expulsar, deu cobertura, deixando-os permanecer nas posições de liderança”, contou.
Sidónio Freitas, o principal alvo das acusações, é um ancião [clero não-remunerado] que exerceu até há bem pouco tempo funções de presidente na Corujeira.
O caso mais gravoso passou- se com uma jovem publicadora [divulgadora da doutrina porta a porta] alvo de “assédio sexual”. Dois membros ligados por laços familiares ao ancião Sidónio Freitas, o filho Roberto e o compadre Artur Martins, disseram-se “perturbados pela beleza e pelos trajes da jovem”. A acção traumatizou a pessoa em questão. Por agora não há queixa nos tribunais. “Não fechamos as portas aos tribunais, mas resolvemos avançar para a comunicação social por esta ser mais rápida”, disse, lamentando “a passividade dos seus líderes”. Os actos foram “denunciados” ao superintendente do Circuito [superior hierárquico], Mário Carvalho, mas nada se passou, sob o pretexto de o membro em questão “ser muito generoso”.
“As inúmeras queixas”, apresentadas pelos membros da congregação originaram “uma Comissão de Avaliação, liderada pelo servo de distrito”.
A avaliação foi arrasadora para os acusados. “O servo de distrito chegou a dizer que era uma vergonha se a organização não resolvesse a situação dentro de portas”. A nossa fonte disse que “Sidónio Freitas confessou ao servo de distrito os factos”. A gravidade dos acontecimentos deu origem a “uma Comissão Judicativa” [três anciãos]. “Da primeira vez questionaram-nos como foi possível termos deixado isto ir tão longe”. Na segunda, tudo se alterou. E fomos “repreendidos”.
O 24horas contactou Betel, em Lisboa, e falou com um membro da congregação. Os contactos com a liderança da associação foram via fax e telefone e invariavelmente a resposta foi sempre a mesma: “Não comentamos esses factos. Preferimos resolver no nosso seio essas questões.” O principal visado, Sidónio Freitas, remeteu qualquer comentário para o actual presidente, Tiago Silva. Por telefone, Tiago Silva não confirmou mas também não desmentiu os casos. “Essas situações são resolvidas no interior das Testemunhas de Jeová”, disse.
Reportagem 24 Horas (pdf)
http://www.24horasnewspaper.com/total.php?numero=2700&link=09
Jacinto Velhote
Um membro das Testemunhas de Jeová denunciou comportamentos ilícitos de vários responsáveis do Corpo de Anciãos desta associação religiosa ao 24horas. “Assédio sexual a jovens e mulheres, difamação, insultos e tentativa de agressão” são os factos revelados por publicadores da congregação da Corujeira, no Porto. O membro da associação, que prefere manter o anonimato, só avançou para os jornais depois de constatar que Betel, a mais alta instância das Testemunhas de Jeová, em Portugal, ignorou “as inúmeras queixas e não expulsou os prevaricadores”.
“É inadmissível o que se passa na congregação da Corujeira. Ano e meio a viver este terror e Betel, em vez de os expulsar, deu cobertura, deixando-os permanecer nas posições de liderança”, contou.
Sidónio Freitas, o principal alvo das acusações, é um ancião [clero não-remunerado] que exerceu até há bem pouco tempo funções de presidente na Corujeira.
O caso mais gravoso passou- se com uma jovem publicadora [divulgadora da doutrina porta a porta] alvo de “assédio sexual”. Dois membros ligados por laços familiares ao ancião Sidónio Freitas, o filho Roberto e o compadre Artur Martins, disseram-se “perturbados pela beleza e pelos trajes da jovem”. A acção traumatizou a pessoa em questão. Por agora não há queixa nos tribunais. “Não fechamos as portas aos tribunais, mas resolvemos avançar para a comunicação social por esta ser mais rápida”, disse, lamentando “a passividade dos seus líderes”. Os actos foram “denunciados” ao superintendente do Circuito [superior hierárquico], Mário Carvalho, mas nada se passou, sob o pretexto de o membro em questão “ser muito generoso”.
“As inúmeras queixas”, apresentadas pelos membros da congregação originaram “uma Comissão de Avaliação, liderada pelo servo de distrito”.
A avaliação foi arrasadora para os acusados. “O servo de distrito chegou a dizer que era uma vergonha se a organização não resolvesse a situação dentro de portas”. A nossa fonte disse que “Sidónio Freitas confessou ao servo de distrito os factos”. A gravidade dos acontecimentos deu origem a “uma Comissão Judicativa” [três anciãos]. “Da primeira vez questionaram-nos como foi possível termos deixado isto ir tão longe”. Na segunda, tudo se alterou. E fomos “repreendidos”.
O 24horas contactou Betel, em Lisboa, e falou com um membro da congregação. Os contactos com a liderança da associação foram via fax e telefone e invariavelmente a resposta foi sempre a mesma: “Não comentamos esses factos. Preferimos resolver no nosso seio essas questões.” O principal visado, Sidónio Freitas, remeteu qualquer comentário para o actual presidente, Tiago Silva. Por telefone, Tiago Silva não confirmou mas também não desmentiu os casos. “Essas situações são resolvidas no interior das Testemunhas de Jeová”, disse.
Reportagem 24 Horas (pdf)
http://www.24horasnewspaper.com/total.php?numero=2700&link=09
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